
A obesidade é um problema de saúde crescente em todo o mundo.
A Organização Mundial da Saúde estima que mais de 1,9 milhão de adultos são obesos. Indicadores do Ministério da Saúde mostram o avanço do problema no Brasil com o aumento de 60% da prevalência em dez anos, passando de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016. O sobrepeso na população também subiu de 42,6% para 53,8% no período. Ou seja, a maioria dos brasileiros está acima do peso ideal.
O tecido adiposo que já foi um fator de sobrevivência, passou a ser um alto risco para o coração na medida que na população atual ele aumentou demais. A gordura corporal era nosso reservatório da energia utilizada nos processos metabólicos de manutenção das atividades diárias e com a modificação do estilo de vida, dos hábitos alimentares e do aumento do sedentarismo seu papel mudou.
A obesidade pode causar muitos problemas de saúde, incluindo doenças cardíacas. A obesidade pode causar pressão alta, diabetes e colesterol alto. Todos esses problemas aumentam o risco de doença cardíaca. A obesidade também pode causar outros problemas de saúde como a apnéia do sono, que pode levar a problemas cardíacos, a resistência à insulina e depois o Diabetes que é o principal fator de risco para desenvolver infartos e AVCs. A obesidade também pode causar dor nas articulações dos membros inferiores.
Embora soubéssemos que a obesidade era um fator de risco para doenças cardíacas seu papel no desenvolvimento da entupimento das artérias do coração e do cérebro sempre foi subestimado. Atualmente a obesidade ocupa a primeira posição entre os investimentos de pesquisa e desenvolvimento da área de saúde. Seu papel no desenvolvimento de diversas doenças tem sido cada vez mais estudado com profundidade muito grande e hoje sabemos muito a respeito desse problema. Dessa forma no passado o cardiologista de maneira geral sempre foi expectador nesse contexto. Apenas orientava que precisava perder peso e fazer exercícios.
A obesidade além de um problema de saúde pública é hoje uma condição muito importante a se avaliar como causa das doenças cardíacas e como essas são a principal causa de morte no mundo ela é sim um problema do CARDIOLOGISTA. O cardiologista precisa entender como manusear o tratamento da obesidade com orientação alimentar, exercícios e medicamentos.
Na alimentação não é mais possível apenas passar aquela dieta de gaveta. Precisamos cuidar do plano alimentar do paciente como um todo, sobretudo naqueles pacientes que já têm algum comprometimento da função cardíaca que pode ser um desafio para a maior parte dos nutricionistas já que a maior parte não costuma lidar com esse grupo de pacientes.
Os exercícios são fundamentais no momento de controlar o peso e melhorar a qualidade de vida desses pacientes. Não dá mais para simplesmente orientar o paciente para caminhar 5x por semana e esperar que o paciente faça sua parte. O cardiologista precisa entender como estruturar um programa de exercícios e quais formas de exercício serão utilizados.
Por último os medicamentos. Nos últimos anos muitos medicamentos para tratamento da obesidade foram lançados e novos deverão ser lançados. Alguns desses medicamentos têm se mostrado eficazes também em diminuir o risco de doenças cardíacas para além do efeito contra a obesidade. Hoje é importante que o cardiologista tenha domínio sobre essas medicações e seu uso passe a ser corriqueiro para o controle da obesidade.